A. Introdução.
· A filosofia encontrou aliança com a fé durante a Idade Média. Na verdade, os padres realizavam esforço de conciliar razão e fé colocando, porém, a fé acima da razão. A razão era vista apenas como instrumento auxiliar para compreender a revelação divina.
· A filosofia medieval pode ser dividida em dois grandes períodos: A Patrística, predominante durante a Alta Idade Média; e a Escolástica, na Baixa Idade Média, com o surgimento das Universidades (escolas).
B. A Patrística.
· É a filosofia dos padres que passaram a ler textos traduzidos dos filósofos gregos e romanos. Teve início ao final do século II, mas Santo Agostinho, seu maior expoente, é de meados do século V d.C.
· Santo Agostinho era um filósofo que se converteu ao cristianismo e esforçou-se para adaptar a filosofia de Platão à doutrina Cristã.
· Tomando por base a Teoria das idéias de Platão, Santo Agostinho formulou a Teoria da Iluminação.
· Na Teoria da Iluminação, o mundo das idéias é tido como mundo divino, a Cidade de Deus, imóvel, eterno e perfeito. O mundo sensível é tido como Cidade terrena, mutável, imperfeita.
· Assim como o mundo sensível é uma projeção do mundo das idéias, em Platão, tudo o que há no mundo sensível é uma irradiação, revelação do mundo divino, em Agostinho.
· Na teoria de Platão, a percepção do sensível fazia o homem lembrar das idéias, que originaram o mundo sensível. É chamada teoria da reminiscência. Agostinho, por sua vez, utilizando desta teoria, irá dizer que a razão aliada a fé é que permite compreender as revelações do mundo divino. Dizia Agostinho: “Credo ut intelligam”, ou “Creio para poder entender”.
· A filosofia de Agostinho é contemplativa, voltada para compreensão do mundo divino, dado que é fonte original da verdade.
· Agostinho também prega a predestinação, ou seja, que o destino de cada indivíduo já estaria determinado por Deus.
C. A Escolástica.
· Contexto histórico: A partir do século XI as populações dos feudos têm enorme crescimento populacional. São realizadas as Cruzadas. O comércio e as cidades renascem, a dinâmica social se torna mais intensa e surge uma nova classe social: a burguesia. Os monges da Igreja Católica passam a fundar várias universidades (Escolas), o que revela um interesse maior pela investigação racional das coisas, mais voltada para o cotidiano.
· A QUESTÃO DOS UNIVERSAIS:
o No século VI, Boécio traduz a lógica aristotélica e tece comentários sobre a existência ou não dos universais (conceitos).
o As espécies e gêneros teriam existência separada dos objetos sensíveis? Seriam realidades, idéias ou apenas palavras?
o Nos séculos XI e XII, houve tentativas de responder estas questões:
o Realistas: Diziam que o universal existe como coisa, é realidade objetiva, ou seja, existem por si só, exteriormente aos objetos.
o Nominalistas: Defendiam que os universais não existiam fora dos objetos, como se tivessem natureza própria. Para estes, os universais são palavras criadas para referir-se aos objetos. São criadas pela razão par permitir a apreensão do real.
o Pedro Abelardo: Os universais não existem no plano metafísico – como defendem os realistas – nem são somente palavras de referencia – como defendem os nominalista. Para Pedro Abelardo, os universais são entidades mentais que fazem mediação entre o pensamento e o mundo do ser.
· TOMÁS DE AQUINO:
o Assim como Agostinho adaptou a filosofia de Platão ao cristianismo, Tomás de Aquino faz o mesmo com Aristóteles.
o Tomás de Aquino utiliza da teoria da abstração, de Aristóteles: o conhecimento racional vem dos sentidos. O intelecto utiliza as sensações para abstrair as formas mais gerais das coisas (essência).
o Para Tomás de Aquino apesar de razão e fé serem distintas, conduzem a mesma verdade. Assim consegue colocar as provas da existência de Deus.
o As 5 vias (provas):
1. Tudo está em movimento. Porém, nada se move sozinho. É preciso que uma força externa coloque outra em movimento, que por sua vez é movida por outra ainda. Na origem de tudo está Deus, que o motor inicial, imutável e eterno.
2. Tudo que é, é causa ou efeito. Deus é a causa 1ª.
3. Tudo que existe no mundo sensível está em movimento. A sua existência, porém, não é necessária, mas necessita de outra para existir: Deus.
4. Tudo que existe é semelhante a Deus, mas somente Ele é perfeito.
5. Tudo tem uma finalidade, um propósito. No mundo sensível há instancias que faz com que as coisas alcancem seu fim.
No contexto da Baixa Idade Média, Tomas de Aquino tem uma filosofia mais ligada ao cotidiano das pessoas, pois diferente de Agostinho, não prega a predestinação. Ao contrário: prega que o destino de cada um é construído por suas ações.
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