sexta-feira, 8 de abril de 2011

AULA 1 – A passagem do Mito para o Logos no surgimento da Filosofia

A. O que é mito?
·        Mito, do grego mythos, que quer dizer narração.
·        É a narrativa, o discurso pronunciado à ouvintes que tomam como verdade seu conteúdo pois acredita-se que é algo revelado divinamente.
·        Quem é o narrador? É o chamado rapsodo, um poeta típico da antiguidade grega considerado eleito pelos deuses para ter as verdades reveladas e proferi-las aos demais.
·        Procura explicar a origem das coisas através de diversas ações dos deuses.
·        A explicação é sempre acabada, ou seja, uma vez narrado a origem de algo, isto jamais será questionado.

B. A explicação filosófica nascente.
·        Nasce das transformações na Grécia: surgimento da polis: a política é espaço público de discussão que exige exposição de argumentos para se tomar qualquer atitude coletiva.
·        Racionalização: só a razão é critério para explicar alguma coisa.
·        Respostas conclusivas: O problema é submetido à análise e discussão até que se conclua algo racionalmente verdadeiro.
·        Exige regra de funcionamento: Deve justificar sua forma de explicar. Exemplo: Não aceita conclusões contraditórias pois isto é irracional.
·        Recusa explicações pré-estabelecidas.
·        Generalizações: a) abstrai semelhanças e identidades dentro de circunstancias diferentes. (síntese); b) distingue diferenças dentro de aparências semelhantes (análise)

C. Mito x Filosofia.
Há três pontos gerais de distinção destas formas de explicação:
Mito
Filosofia
Narra a origem de tudo em tempos imemoráveis
Pretende explicar no passado, presente e futuro por que as coisas são como são.
A origem de tudo consiste na manifestação de forças divinas
Explica a produção natural das coisas, por elementos e causas naturais.
Não preocupa-se com as contradições que as diversas narrações podem gerar. Sua credibilidade assenta-se sobre a fé na pessoa do narrador.
Preocupa-se com a coerência, não admitindo conclusões contraditórias. Suas conclusões podem ser alcançadas por qualquer pessoa, dispensa a fé.

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