sexta-feira, 8 de abril de 2011

AULA 3 – A emergência do pensamento social em bases científicas: o darwinismo social e o organicismo.

A. O contexto histórico.
·         A expansão da industria trouxe a destruição da velha ordem feudal e a consolidação da nova sociedade – capitalista – estruturada no lucro e na produção ampliada de bens.
·         Durante o século XIX a capacidade produtiva se tornou muito superior à capacidade de consumo pelo mercado europeu. Houve muitas crises de superprodução que levaram algumas empresas a falência.
·         Para garantir o consumo destes bens excedentes era necessário expandir o mercado consumidor para além das fronteiras da Europa. Neste momento, os europeus irão buscar novo mercados consumidores na África e na Ásia.
·         As civilizações encontradas nestes continentes, porém, eram estruturadas em moldes muito diferentes da sociedade capitalista européia. Encontrava-se, nestes continentes, culturas politeístas, poligâmicas, sociedade de castas sem mobilidade social, agricultura de subsistência, além de pequeno comércio com artesanato doméstico, etc.
·         Era preciso, portanto, reorganizar estas civilizações em moldes capitalistas. Do contrário, seria impossível efetivar a exploração da matéria-prima e mão-de-obra destes países de modo que permitisse o consumo de produtos industrializados.

B. O Darwinismo Social
·         A conquista, a dominação e a transformação da África e da Ásia pela Europa exigiam justificativas que ultrapassassem os interesses econômicos imediatos. Assim, a conquista européia revestiu-se de uma aparência humanitária que ocultava a violência de uma ação colonizadora e a transformava em “missão civilizadora”.
·         Este argumento baseava-se no princípio inquestionável de que o mais alto grau de civilização a que um povo poderia chegar seria o já alcançado pelos europeus – a sociedade capitalista industrial do século XIX.
·         Este argumento foi criado em “bases científicas” com uma leitura distorcida da obra de Charles Darwin, realizando uma comparação arbitrária onde as sociedades africanas e asiáticas eram colocadas em estágios inferiores de desenvolvimento, estágios que os europeus já haviam superado. Assim, estas sociedades deveriam passar por estágios evolutivos até alcançar aquele em que se encontrava os europeus. Por isso era importante que os europeus os ajudassem nesta “escalada evolutiva”.
·         O Darwinismo Social justificava o colonialismo europeu e refletia o otimismo dos europeus em relação a sua cultura.

C. Outra forma de avaliar: O Organicismo.
·         Alem do positivismo e do darwinismo social, outra escola de pensamento que seguiu o rastro das descobertas das ciências biológicas e naturais, bem como da teoria evolucionista de Darwin, foi o organicismo.
·         Os pensadores organicistas procuravam criar uma identidade entre leis biológicas e leis sociais, hereditariedade e história. Essas teorias entendem as análises das relações sociais humanas como integradas aos estudos universais das espécies vivas. Ignoram a especificidade histórica e cultural do homem.
·         Estabelecem leis de evolução em que as diversas sociedades humanas são tratadas como espécies.

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