sábado, 16 de julho de 2011

AULAS 12 e 13 – Teoria do conhecimento na Idade Moderna: Racionalismo e Empirismo

A. A filosofia na Idade Moderna
  • Os filósofos da Idade Moderna apresentavam a preocupação de não enganar-se no que diz respeito a aquisição de conhecimento. A crítica é feita, sobretudo, aos equívocos cometidos pela filosofia medieval, impregnada de religiosidade.
  • A procura na maneira de evitar o erro faz surgir a principal característica do pensamento moderno: A questão do método.
  • Estes filósofos preocupam-se não somente com a questão do ser (metafísica) mas com outro problema: como conhecemos o ser (epistemologia).
  • Há certo realismo na filosofia deste período, pois não colocam em dúvida a existência do ser.
  • A atenção é transferida para o sujeito que conhece.
  • Duas corretes surgem tentando responder como se dá o processo de conhecimento: Racionalismo e Empirismo.

B. O Racionalismo de René Descartes.
  • Ponto de partida: busca de uma verdade primeira, que não possa ser posta em dúvida.
  • Assim, transforma a dúvida em método (dúvida metódica)
Cogito: o caminho da dúvida...
  • Duvido de todo que existe. Porém, se duvido, é porque penso; se penso, logo existo. (Cogito, ergo sum)
  • A conclusão se dá pela evidência lógica, racional, de que é preciso existir para pensar; e não pela percepção do mundo exterior – até mesmo de seu corpo.
  • Descartes constrói o racionalismo priorizando o sujeito, não o objeto.
  • A evidencia do ser pensante é uma verdade muito clara e distinta à razão. Por isso, deve ser uma verdade universal, base para se construir todo conhecimento. É a verdade primeira, indubitável.
  • Descartes admite assim, existir idéias inatas ao homem, próprias da capacidade de pensar.
  • O conhecimento se constrói a partir do uso de minha razão. Mas como posso saber que o que eu penso é equivalente ao que existe?
Deus
  • Idéia inata de Deus: ser perfeito; deve ter perfeição de existência; senão lhe faltaria algo para que fosse perfeito; portanto existe.
O mundo
  • Posso saber que o que penso é o que realmente existe posto que a idéia de perfeição me remete a Deus e  ele, por ser perfeito, não me enganaria. Assim, tudo que for tão claro e distinto a razão quanto “penso, logo existo” será também verdadeiro.
Conseqüências do cogito
  • Caráter originário do cogito: o sujeito pensante é o princípio de todas as evidências.
  • Caráter absoluto e universal da razão: a verdade só de alcança pelo uso da razão.
  • Dualismo psicofísico: o homem, ao contrario de Deus, é substância finita, tem corpo físico (res extensa), mas é também um ser pensante (res cogitam)

B. O Empirismo Inglês.
  • Crítica ao racionalismo. É contrário à ele: prioriza, portanto, a experiência sensível.
  • Tem início com Francis Bacon que sugere a experiência e a investigação como método de conhecimento.
John Locke
  • Idéias simples: constituídas a partir da experiência sensível, diz respeito a atributos próprios do objeto.
  • Idéias complexas: fruto de reflexão, porém, tem apenas a função prática de ordenar conceitos que são usados nas próximas experiências.
  • Sensação: modificação feita na mente através dos sentidos.
  • Reflexão: percepção que a alma tem daquilo que nela ocorre.
  • Na experiência percebemos qualidade primarias do objeto – que lhe são prórias, como solidez, número, movimento – e qualidades secundárias – que são dadas pelo sujeito, como cheiro, sabor, som.
  • Locke X Descartes => O 1º enfatiza o objeto e o 2º enfatiza o sujeito.
  • Críticas à Descartes:
    • Não existe idéia inata, todas as idéias são fornecidas pela experiência. “A mente é como uma lousa vazia”.
    • A idéia de Deus, por exemplo, não é a mesma e nem existe em todas as sociedades humanas.
David Hume
  • Não existe conhecimento fora da experiência.
  • Para Hume, o conteúdo da mente é fruto de percepções. As percepções são fruto de impressões (ouvir, ver, amar, odiar) e de idéias, considerada cópia das impressões.
O princípio de associação de idéias
  • O conhecimento é resultado de associação de idéias que transformam idéias simples em complexas.
  • Tipos de associação:
    • Semelhança. Ex: o retrato de um amigo remete a pensar no amigo, por semelhança.
    • Contigüidade. Ex: o ouro remete a pensar no amarelo, pois isto lhe é contíguo, ou seja, é atributo do ouro.
    • Causalidade. Ex: ver um ferimento lhe remete a pensar na dor, pois um é efeito do outro.
  • Mas para Hume a causalidade, ou seja, a idéia de conexão necessária entre um termo e outro, não é dado naturalmente. Julgamos que uma coisa é causa de outra pelo hábito, por ter observado a constância de ocorrências semelhantes.
O limite do conhecimento
  • Se o conteúdo da mente é dado pela experiência, a razão encontra nela seu limite.
  • Exemplos: Idéia de Montanha de Ouro = Montanha + Ouro; Idéia de Anjo = Corpo humano + Asas.
C. Conclusões
  • No século XVII os filósofos preocuparam-se com a questão do “conhecer”, ou seja, como o conhecimento se constrói? Tem limites? Tem regras?
  • Duas respostas:
    • Racionalismo: A razão do próprio homem é o que lhe permite alcançar as verdades universais
    • Empirismo: As idéias são simples cópias das sensações experimentadas pelo sujeito. Sem experiência não há idéia, portanto, não existe idéia inata.

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